domingo, 25 de outubro de 2015

No man's land

Tão frágil, tão sutil, como um vidro trabalhado que acaba de se quebrar em pedaços. Coração frágil, meu Deus, tão frágil que se reserva até mesmo nos momentos de alegria. Tem medo.

O que estamos nos tornando, meus irmãos? Que tipo de criatura somos, com medo da luz, menosprezando-se perante outros que espelham algo que nem mesmo eles sabem ao certo o que são? Me pergunto todos os dias se o sangue que corre em minhas veias é o mesmo de ontem, carregado de sentimentos que não vão embora, de malditos pontos pretos em minhas células que não se vão.

Depressão.

É como se eu fosse um fumante, essas marcas e manchas de gosto amargo não saram, não saem da minha alma e eu estou marcado. Todos sabem o que sou e o que eu já fui, mas ninguém sabe o caminho que escolhi trilhar para me tornar quem eu gostaria de ser. Minhas escolhas são como a neblina de Outuno, encobrem o horizonte e te confunde sobre o clima. Está frio? Calor? Não sabemos. Tudo que está em nossa vista, torna-se torpe, e essa confusão é o que atormenta a minha mente desde que me dou por gente.

Por que eu não posso ser aquele que vai mudar tudo? Que vai amar, e ser amado?

Não sabemos.

Meu irmão, não sabemos. Vivo a minha estressante e confusa vida com a certeza do amanhã que estou empilhando, tijolo a tijolo, com a esperança de um dia ver minhas mãos, doloridas e sujas, receberem o leve toque de seda de finos e longos dedos, delicados como a pétala de um botão de rosa que acaba de se abrir para o mundo.

Don't tell me about what I can't control.

Live on.

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