domingo, 19 de fevereiro de 2023

Pitch Black (Escuridão)

Caminhando por entre os milhares de universos que minha mente se divide, hoje fui levado a visitar meus vales sombrios e solitários. Seus ventos uivantes e gélidos cortam meu rosto descoberto, e a pouca luz que se vê provém da lua. Caminho em um vale que possui um rio à minha direita, e sinto a vibração da água a cada passo que dou. Medito em pensamentos tão profundos que um som incomum, ao fundo, quase passa desapercebido. Geralmente, é aqui que venho quando preciso ficar só, quando preciso entender os motivos de minha tristeza, mas não hoje. Nesta data, visito este lugar apenas para apreciar sua beleza e para reorganizar meus pensamentos. Não quero e nem vou praticar julgamentos sobre as atitudes das pessoas, porque não controlo nem meus próprios sentimentos. Sinto que estou sendo observado, e isso me incomoda profundamente. Olho ao redor, mas não vejo nada. Continuo minha caminhada, mas sinto sua presença cada vez mais perto. Olho pelos meus ombros, e entre um passo e outro, enxergo meus demônios. Um a um, todos meus males se manifestam, formando um círculo ao meu redor, e eles não entendem o motivo pelo qual eu os encaro de volta, olhos nos olhos. Cá estou, malditos defeitos, o que querem de mim? Vocês. Malditos. Não podem me fazer mal algum, porque eu carrego vocês comigo. Sem mim, vocês não existiriam, e hoje, a única coisa que vai ser alimentada, é a minha vontade de mudar e ser melhor. 

Sigo meu caminho. Eu caminho. Caminho sem parar. Toda a angústia e a dúvida ficarão para trás, porque hoje, eu sou a luz que iluminará. Sou o feixe de luz que brilhará mais do que nunca! Eu quero, eu posso e eu consigo. Nada me detém.

--
Rogerio Olanda