sábado, 27 de agosto de 2022

O Metrô

Eu sou apenas um cara sem respostas sentado no metrô.

Eu não sei quantos amores e quantos dissabores trouxeram você até aqui, afinal de contas, eu não tenho respostas. Mas eu sou um retalho de emoções mal entendidas costuradas com um fio de desculpas infinitas.

Eu não sei o que foi que eu fiz para você sentir como você se sente, mas eu te peço desculpas. Eu sou a personificação de tentativas fracassadas e pensamentos frustrados que jamais serão verbalizados, e eu peço perdão por isso.

A dualidade do ser humano é assustadora. Num momento você é o infinito do universo através do reflexo do espelho, perdido nessa imensidão do ser. Em outro, bem, é só mais um cara sem respostas sentado no metrô.

Pode alguém viver de amores e morrer sem saber o que é ser amado?

Pode uma única mente ser guiada por diversas paixões?

Pode um coração profundamente açoitado ser curado com um simples olhar?

Pode.

Posso.

Podemos.

Afinal de contas, estamos todos nós, sentados no metrô, ponderando sobre as pequenas respostas para as grandes perguntas da vida.