sábado, 5 de dezembro de 2020

Brevidades sobre a vida

 Um devaneio ensaiado:


Um fato é uma informação sem base emocional;

Uma opinião é uma informação baseada em experiências;

Ignorância é uma opinião sem embasamento em qualquer informação;

Estupidez é uma opinião que ignora um fato.

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Literal(mente)

 Um sopro. Um frio repentino.


Literalmente este não foi um bom dia. Literalmente eu me senti deslocado. Em outras palavras, minha mente literal não esteve em pleno funcionamento. Espaçamentos sensoriais e lineares me fizeram, literalmente, literal. 


Mente. Mente para sua mente, literalmente.

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Novembramos

Eu amo Novembro. Essa sensação de quase Dezembro, a conclusão de tantas coisas no trabalho e na vida acadêmica, tudo se encaminhando. Tudo se fechando e eu me abrindo para o mundo. É engraçado imaginar que a nossa vida não para nem por um momento, mesmo quando parece que somos apenas o plano de fundo de alguma outra história.

Hoje tive vontade de escrever, mas achei melhor não fazer isso. Meus sentimentos me assustam, sejam os mais doces ou os mais amargos deles. Esse turbilhão sempre me resumiu, mas eu não quero mais fazer parte da tormenta. Eu quero chocolate quente, um afago e um cobertor limpo. Eu quero um banho quente num dia frio, uma boa notícia naquele dia improvável e um abraço de saudades de quem está longe de mim (em outro continente).

Novembro chegou e tantas coisas não mudam, tanta gente fazendo merda por aqui e por ali, mas tudo há de se fechar, tudo há de se concluir. Minha solidão é a minha maior força, o meu maior prazer está em vagar e ficar de boca fechada. Amigos, os poucos que restam, não fazem a menor ideia da verdade e eu não poderia me importar menos.

Somos eu e você, meu breve reflexo neste monitor.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Mundo Chato

2020.

O ano em que percebi o quão chato o mundo se tornou, e eu sou parte disso.

Comecei a tomar um vinho, um amigo já fez 3 cursos e desdenhou do rótulo que amo.

Subi de ranking em um jogo de tiro, um colega já zerou o jogo 3 vezes e desdenhou da minha conquista tão tardia.

Voltei a jogar pôquer depois de tantos anos, e um artigo na internet me ensinou que jogos de carta já estão ultrapassados.

Anunciei uma promoção de cerveja numa rede social, comentaram logo abaixo um site vendendo por 30% mais barato do que a promoção.

Gostei muito de um par de tênis, mas fiquei sabendo que essa marca não está em alta (há anos).

Retomei uma série de TV apenas para descobrir que os spinoffs são muito melhores.

Fiz um prato diferente na minha cozinha, porém, um familiar já fez este e mais três outras variações do mesmo prato que ficaram muito melhores.

Afinal de contas, o que sobrou para mim? O que ainda não foi desbravado por estas mentes incríveis de nossos tempos modernos? Só o que é "novo" presta? Afinal de contas, me sinto muito novo para me sentir assim (ironia).

Um mundo chato pra caralho. Um bando de gente mesquinha correndo de lá pra cá para serem os melhores/as referências em coisas simples que não lhes dão mais prazer, e pasmem, ainda tiram o prazer da conquista alheia.

Comprei o meu vinho, joguei meu videogame, meu pôquer e comprei a minha maldita cerveja. Vou parcelar o tênis, assistir minha série no final de semana e cozinhar os mesmos pratos que me trazem alegria.

Esse mundo cinza, invejoso e desgraçado não se importa com você ou com seus sentimentos. Somos nós, eu e você, e muitas vezes, apenas eu ou apenas você, que iremos encontrar alguma satisfação em qualquer ato minúsculo que faça essa jornada valer a pena.

2020 é uma merda de ano.

terça-feira, 30 de junho de 2020

Cheiro de papel queimado

A água ferve e a rua permanece em silêncio. Aqui dentro apenas eu, meus pensamentos e esse cheiro de papel queimado.
O desafio de hoje e traduzir, em breves linhas, aquilo que não se compreende dentro do peito. A dor, as dores, a aflição e a pressa.
Hoje, não tenho nome ou face, sou apenas o homem de feição abatida, cinza, na multidão. De longe sou invisível, pratico verdadeiras acrobacias urbanas numa triste e falha tentativa de passar batido. Não tenho parentes nem responsabilidades. Tudo o que eu tenho são histórias tristes e esse cheiro de papel queimado.
Olho para o céu e admiro a garoa querendo virar chuva. Minha boca seca, meus olhos cerrados e minha testa franzida.
Tudo isso por causa desse maldito cheiro de papel queimado.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Ele vem.

Hoje o céu desceu.

Hoje o dia, a tarde, a noite e a madrugada foram diferentes. A inteligência superior divina me convidou para um baile de máscaras e eu fui de bom grado. Deus me pegou pela mão e mostrou a imensidão do nada, me cativou com o som do silêncio e com a poesia mais linda da eternidade em que não continha uma única palavra. Deus me olhou nos olhos e eu me vi em minha própria íris, pude contemplar a imensidão de Seu amor durante um milésimo de centésimo de milissegundo e entender, mesmo que sem entender,o sacrifício de Jesus por mim. Seu amor me constrangeu e me apaziguou simultaneamente, enquanto olhei para o céu e vi nada além da lua e um punhado de nuvens tímidas.

Hoje o céu desceu e eu vi todos os meus erros diante dos meus olhos sujos. Hoje eu fui compactado em uma esfera de 28 anos de erros. Hoje eu vi meus erros pelos olhos de Deus, e não existe vergonha maior do que essa. Hoje eu não existi por um breve instante e eu não poderia estar mais feliz por isso.

Hoje eu sentei no chão, olhei pro céu e me vi por dentro. Hoje eu vivi como nunca, sem sair de casa. Hoje eu tive respostas para perguntas que jamais serei capaz de formular.

Hoje a dúvida se foi.

Obrigado, Deus, pela sua misericórdia e infinito amor. Obrigado por me fazer entender que não sou nada, mais uma vez.