segunda-feira, 6 de abril de 2020

Ele vem.

Hoje o céu desceu.

Hoje o dia, a tarde, a noite e a madrugada foram diferentes. A inteligência superior divina me convidou para um baile de máscaras e eu fui de bom grado. Deus me pegou pela mão e mostrou a imensidão do nada, me cativou com o som do silêncio e com a poesia mais linda da eternidade em que não continha uma única palavra. Deus me olhou nos olhos e eu me vi em minha própria íris, pude contemplar a imensidão de Seu amor durante um milésimo de centésimo de milissegundo e entender, mesmo que sem entender,o sacrifício de Jesus por mim. Seu amor me constrangeu e me apaziguou simultaneamente, enquanto olhei para o céu e vi nada além da lua e um punhado de nuvens tímidas.

Hoje o céu desceu e eu vi todos os meus erros diante dos meus olhos sujos. Hoje eu fui compactado em uma esfera de 28 anos de erros. Hoje eu vi meus erros pelos olhos de Deus, e não existe vergonha maior do que essa. Hoje eu não existi por um breve instante e eu não poderia estar mais feliz por isso.

Hoje eu sentei no chão, olhei pro céu e me vi por dentro. Hoje eu vivi como nunca, sem sair de casa. Hoje eu tive respostas para perguntas que jamais serei capaz de formular.

Hoje a dúvida se foi.

Obrigado, Deus, pela sua misericórdia e infinito amor. Obrigado por me fazer entender que não sou nada, mais uma vez.