quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Love, Once Again

Deus, sei que todo castigo para mim é pouco. Esta criatura de Tua obra que escreve estas palavras é falho, mau e ruim. Entendo e aceito meus castigos, sei que este pobre diabo veio para este mundo numa missão de sofrimento e agonia, sempre morrendo na praia, independentemente da maré favorável ou da quantidade de remadas. Sei disso tudo, aceito meu castigo e as dores que terei, mas Deus, me prive das dores do Amor. Estas são as piores, estas dores do Amor são as que matam este poeta de merda, que o faz ser burro, cego e egoísta. Os Amores que senti nunca foram recíprocos, e este coração que sangra amargurado não aguenta mais falsos sorrisos e promessas vazias. 


Maldito do Amor. Me fodeu a vida inteira sem trégua ou barganha. É pior do que o Diabo encarnado; É mais doce que o mais puro néctar divino; Mais intenso que o nascimento do primeiro filho.


Maldito do Amor. Maldito sádico filho da puta do Amor.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Caminhos

Revendo fotos e mais fotos antigas no facebook, sorri e relembrei momentos únicos, vividos ao lado de pessoas maravilhosas e outras nem tanto, mas que nestes momentos especiais, eram tudo para mim. Quantos anos, quantas pessoas, quantas vidas e quantos momentos!

Afinal de contas, me olho no espelho e consigo sorrir, consigo ver beleza dentre tantas máscaras e defeitos. Finalmente acho que me encontrei e estou aprendendo a ser humano, a ser mais Rogerio Olanda. Finalmente, começo a entender minhas dores e meus defeitos, e isso é muito bom. 

Me faz feliz.

Me faz enxergar alguém capaz no reflexo. Futuro. Potencial.

Não sou uma causa perdida, como sempre pensei que fosse. Talvez sim, eu mereça um amor. Talvez sim, alguém tenha sorte de me aceitar como sou e se envolva com meu verdadeiro eu.

Me faz feliz. Me faz acreditar. Me faz sorrir, de um jeito sincero.

Quanta alegria! Hoje é dia de celebração, e graças a Deus, estou vivo o suficiente para perceber que minha vida vale a pena, que todos esses pensamentos obscuros estão se tornando parte de meu passado.

Toda tristeza se foi... Bem, não toda, pois gosto de ter algo aqui dentro para me lembrar de onde vim, do que passei, mas de uma maneira saudável.

Quem diria... Domingos são ótimos dias para se fazer uma reflexão profunda da vida. 

E eu aqui.

Sorrindo.

Rogerio Olanda.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Imbecil

Eu realmente devo ser muito trouxa. Um verdadeiro imbecil, para ser tratado desse jeito. Infelizmente, algumas coisas não mudam, por maior que seja nosso esforço e a nossa vontade de mudar.

Novamente me pego na mesma situação: Nu, enjaulado, faminto, ferido, com frio e chorando no meio de um jantar feliz e alegre. As chaves estão nas minhas mãos, e logo à minha frente, vejo minhas roupas, alimento, curativos e pessoas que amo, prontas para me acolher.

Mas eu tenho medo. Eu sou burro.

Mesmo no meio de tantas necessidades básicas não preenchidas, eu permaneço olhando pela janela para a outra casa, para o outro jantar. Pouco conheço os que ali estão, mas meu anseio de estar lá é tão grande que não percebo o óbvio: Tudo que eu preciso está à minha frente, ao alcance, disponível, sem dor.

Mas eu sou burro.

Tudo que quero é arrebentar essa jaula à força, quebrar a janela com meus próprios punhos, pular no jardim, correr, gritar, superar os muros altos e envoltos em arame farpado, conquistar roupas novas, me curar sem a ajuda de outras pessoas e mostrar que sou capaz, que mereço reconhecimento pelo meu trabalho. Anseio o amor daqueles que não me amam, e isso me torna o maior egoísta filho da puta desse mundo. Descarto o óbvio, e permaneço em necessidade.

Essa é minha analogia ao amor. Mais uma vez, persegui o impossível, ganhei novas cicatrizes e fui abençoado com o dom de talhar cortes profundos em meu próprio coração. Quem mais faria isso? É claro, só um imbecil. Como eu.

Errar é humano. Permanecer no erro é burrice. Permanecer no erro e sofrer dia após dia negando o óbvio, isso sou eu.

Rogerio Olanda.