sábado, 13 de abril de 2013

Te olho. Te vejo.

Te olho.
Do outro lado da sala, do outro lado do andar, do outro lado do mundo. Te vejo.

Te observo. Atentamente, quando os instintos falam mais alto que a consciência humana.

Você levanta. Te acompanho, mas só com os olhos. Sorrio.
Você volta, e eu sei que você nem me nota, e eu sorrio novamente. Conheço seu andar, sua maneira de rir e de sorrir, e até mesmo nos dias que você sorri quando quer chorar, eu te observo.

Sei (e gosto) de te dissertar, te interpretar como um texto escrito, te resolver como uma charada e te responder como uma pergunta óbvia.

Sorrio de novo.

Lá vem você. Tenho o poder de te manipular, como um dono escolhe o momento de seu cão comer.

Meu devaneio se estende, até o momento que me perco. Você passa perto, me olha, mas eu estou perdido em pensamentos, e só percebo seu "oi!" tímido, de longe, um milésimo de segundo tarde demais para retribuir seu sorriso encantador.

Te domo, te entendo e perco a chance de falar com você, pois estava escrevendo SOBRE você. Hah.

Touché.

Rogerio Olanda

sábado, 6 de abril de 2013

Once Upon a Time

Lembram-se, de quando éramos homens e mulheres? De quando as cores não desbotavam, e de quando o ar não tinha cheiro? Pois bem, eu me lembro. Esse tempo se foi, e se chama "Infância". Por quê eu falei "quando éramos homens e mulheres", você me pergunta? Sim, e eu te justifico: Homens e Mulheres, pois éramos corajosos, sem medo da consequência no caso de falha, de falar com o coração e de agir pelos instintos. Deixamos muito de nós nessas cores e nesse ar. Hoje vemos a vida com tons de marrom e cinza, com cheiro de solidão e gosto de café fervido, sem açúcar por gentileza. Lembrávamos, ah, e como lembrávamos daquelas memórias, do ardido no joelho.

Mas eu não posso reclamar.

Minhas experiências me formaram, e me completam.

Por gentileza, adicione açúcar.

Obrigado.