sábado, 14 de junho de 2014

Flores (begônias vermelhas)

Cansei.

Mais uma vez, as flores de meu jardim não bastaram. Procurei, dentre as melhores, aquelas que representam meus sentimentos (ao menos os que eu acho que representam): as delicadas, inocentes, doces, meigas e perfeitas begônias vermelhas. Aquelas que traduziriam, em forma de gesto, meu carinho e vontade de fazer a diferença, porém, me peguei novamente entre pensamentos, tentando entender seus atos. Eu sei que não deveria, mas sou assim. Me corto se você quer ver sangue, me faço de palhaço se você quer rir, me faço de entendido se você quer respostas e me sacrifico se você quer sacrifícios. Minha natureza é assim: simples, direta e exagerada.

Uma coisa eu já entendi: sou um tolo, pois, novamente, tentei plantar flores de verão em meu terreno invernal. Infelizmente, não estou (nem cheguei) em minha primavera, portanto, me basta caminhar pelos bosques da vida e admirar os jardins alheios. Observo, atentamente, os jardineiros que tem a sorte de semear e cultivar belas flores. Suas falhas são o que mais me interessam, pois sempre aprendi com os maus exemplos. Vejo onde pecam, e agradeço as lições que aprendo, para nunca repiti-las.

Begônias vermelhas. Para quem eu gosto, para quem eu quero. Entrego flores de verão em meu inverno.

Begônias vermelhas.

Begônias vermelhas.

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Rogerio Olanda 

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