sábado, 10 de maio de 2014

Sábado

Nada. Nada tenho, nada sou. Um saco vazio, com um punhado de dores e angústias. Mais uma rodada, por favor.

Questiono a Deus. Penso que dessa vez Ele errou, pois não tenho a força necessária para tocar essa vida, enfrentar esses obstáculos. Sou fraco. Sou burro. Deus, só Você sabe o que realmente se passa aqui dentro, o que eu penso e o que eu fiz. O Senhor é quem me acompanha, e sei que esse momento é passageiro, mas parece que tudo foi demais para mim. Cai no desespero, me deixei levar, e cá estou, deitado neste colchão fodido, ouvindo a chuva que começa a cair e lembrando de todos os tropeços que já tive na vida. Sempre superei obstáculos, sempre me adaptei a todas as situações que me foram impostas. Desviei de todas as balas que me foram alvejadas, e quando finalmente me encontro em abrigo, percebo que fui gravemente ferido. No peito. Já sem munição, ouço a cavalaria chegando. Artilharia pesada, e é o meu nome que eles gritam. Já sinto um frio na barriga, olho para os céus e oro pela chuva. Ela não vem. Os portões são arrebentados, e a procura começa. Me rendo, numa tentativa de viver, ou corro, mais uma vez, pra outra cidade? O tempo passa rápido, e meu suor atrapalha os pensamentos.

E o final dessa história, meus amigos, nem eu sei, pois ela ainda não foi escrita.

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Rogerio Olanda

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