segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

(des)istência

Desisto.

Eu juro que tentei, com todas as minhas forças, juro que tentei dialogar com os mudos. Todos os dias me esforçava para entender seus sinais, até que finalmente me ocorreu: não são tentativas de comunicação, são apenas sons sem sentido. São ações sem fundamento, olhares vazios. Tudo que se passa é só mais um momento, só mais uma tentativa de diálogo. Eu falo, não sou ouvido e me sinto ignorado.

Percebo que meu exílio não tem fim. Saí de uma fortaleza com muros altíssimos, pulei as barreiras e cai dentro de um poço, onde os cegos são mudos; Os surdos, reis.

Após diversos cortes e hematomas, vejo que suas trincheiras são impenetráveis, e quem eu tanto quis ajudar, nunca precisou de mim. É assim que a vida segue. Os justos (como eu), estão em outras fortalezas, também tentando dialogar com o vento. Somos poetas de uma geração sem rima, somos sentimentalistas em um mundo frio.

Rogerio Olanda

Nenhum comentário: