Desisto.
Eu juro que tentei, com todas as minhas forças, juro que tentei dialogar com os mudos. Todos os dias me esforçava para entender seus sinais, até que finalmente me ocorreu: não são tentativas de comunicação, são apenas sons sem sentido. São ações sem fundamento, olhares vazios. Tudo que se passa é só mais um momento, só mais uma tentativa de diálogo. Eu falo, não sou ouvido e me sinto ignorado.
Percebo que meu exílio não tem fim. Saí de uma fortaleza com muros altíssimos, pulei as barreiras e cai dentro de um poço, onde os cegos são mudos; Os surdos, reis.
Após diversos cortes e hematomas, vejo que suas trincheiras são impenetráveis, e quem eu tanto quis ajudar, nunca precisou de mim. É assim que a vida segue. Os justos (como eu), estão em outras fortalezas, também tentando dialogar com o vento. Somos poetas de uma geração sem rima, somos sentimentalistas em um mundo frio.
Rogerio Olanda
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