Caso eu morra, desejo que seja poético. Não como velho ou inútil, mas jovem e sadio.
Caso eu morra, não vou deixar qualquer pesar, vou em paz sabendo que sempre fiz o que precisava ser feito.
Caso eu morra, quero doar meus órgãos; quero que desliguem meus aparelhos, e que minhas cinzas sejam espalhadas por onde vaguei.
Caso eu morra, que não fique tristeza ou ressentimentos, exceto um (o qual eu nunca tive). O amor não correspondido.
Caso eu morra, sentirei dor profunda no peito que sempre esperei receber de um outro alguém, mesmo sabendo que este vazio nunca poderia ser preenchido por ninguém.
Caso eu morra (e eu morrerei), digam que vivi. Que sorri e fiz sorrir, que meus abraços sejam sentidos e meus segredos jamais revelados.
Morrerei triste, sozinho e sorrindo. Morrerei como vivi, menosprezando os amores próximos e anseando aqueles que nunca terei. Como deve ser.
Poético.
Nenhum comentário:
Postar um comentário