segunda-feira, 21 de abril de 2014

Promessas

Lembro que dentre as centenas de promessas que fiz junto a Deus, uma em especial sempre me comovia. Prometi que, quando encontrasse a mulher ideal (não perfeita, porque eu a estragaria, apenas a ideal), eu moveria mundos e fundos para não perdê-la, apesar de nunca a ter. Eu morreria todos os dias para ver um, apenas um sorriso em sua face, apesar de seu semblante ser sempre uma incógnita. Eu faria loucuras para ouvir suas gargalhadas, mesmo quando me tornasse surdo pela velhice. Eu correria milhares de quilômetros, apenas para sentir seu abraço mais uma vez, ainda que isso me esgotasse por completo. Eu cultivaria um jardim em sua homenagem, para que as flores me lembrassem de seu olhar. Eu faria uma pequena boa ação por dia, somente porque ter você comigo já é um ato humanitário para esta alma quebrantada. Eu... Eu não mereço um amor sincero. Não mereço o dom sagrado de compartilhar sentimentos. Eu tentaria, com todas as forças, me tornar alguém melhor, apenas por você.


Hoje, me pego divagando madrugadas inteiras pensando em formas de te surpreender e fazer do seu dia, o melhor dia. Anseio as horas que passo longe de ti.


Pobre de mim, que não mereço esse coração maravilhoso que tu possui. Pobre de mim, que permanece em exílio, porque não agüenta mais uma pancada. Meu coração pediu que eu me tornasse mais forte, pois mais um golpe poderia ser fatal, mas cá estou, escrevendo sobre o amor. O correspondido, aquele que nunca tive. Ironicamente, é aquele que sei dissertar como um engenheiro cria uma visão explodida do mais novo motor automobilístico.


Pobre de mim. Criando promessas sem fundamentos e sem futuro.


Pobre de mim.


--


Rogerio Olanda

Nenhum comentário: