sábado, 13 de abril de 2013

Te olho. Te vejo.

Te olho.
Do outro lado da sala, do outro lado do andar, do outro lado do mundo. Te vejo.

Te observo. Atentamente, quando os instintos falam mais alto que a consciência humana.

Você levanta. Te acompanho, mas só com os olhos. Sorrio.
Você volta, e eu sei que você nem me nota, e eu sorrio novamente. Conheço seu andar, sua maneira de rir e de sorrir, e até mesmo nos dias que você sorri quando quer chorar, eu te observo.

Sei (e gosto) de te dissertar, te interpretar como um texto escrito, te resolver como uma charada e te responder como uma pergunta óbvia.

Sorrio de novo.

Lá vem você. Tenho o poder de te manipular, como um dono escolhe o momento de seu cão comer.

Meu devaneio se estende, até o momento que me perco. Você passa perto, me olha, mas eu estou perdido em pensamentos, e só percebo seu "oi!" tímido, de longe, um milésimo de segundo tarde demais para retribuir seu sorriso encantador.

Te domo, te entendo e perco a chance de falar com você, pois estava escrevendo SOBRE você. Hah.

Touché.

Rogerio Olanda

Nenhum comentário: