Do outro lado da sala, do outro lado do andar, do outro lado do mundo. Te vejo.
Te observo. Atentamente, quando os instintos falam mais alto que a consciência humana.
Você levanta. Te acompanho, mas só com os olhos. Sorrio.
Você volta, e eu sei que você nem me nota, e eu sorrio novamente. Conheço seu andar, sua maneira de rir e de sorrir, e até mesmo nos dias que você sorri quando quer chorar, eu te observo.
Sei (e gosto) de te dissertar, te interpretar como um texto escrito, te resolver como uma charada e te responder como uma pergunta óbvia.
Sorrio de novo.
Lá vem você. Tenho o poder de te manipular, como um dono escolhe o momento de seu cão comer.
Meu devaneio se estende, até o momento que me perco. Você passa perto, me olha, mas eu estou perdido em pensamentos, e só percebo seu "oi!" tímido, de longe, um milésimo de segundo tarde demais para retribuir seu sorriso encantador.
Te domo, te entendo e perco a chance de falar com você, pois estava escrevendo SOBRE você. Hah.
Touché.
Rogerio Olanda
Nenhum comentário:
Postar um comentário