terça-feira, 9 de dezembro de 2025

A ignorância é uma bênção

Olá.


Eu sou Rogério Olanda. Quantos desses você conhece ou já viu por aí? Um? Nenhum?


Falando sobre mim e não sobre eles: A palavra que mais busquei esse ano foi equilíbrio. Além de estar desequilibrado, eu me sentia desequilibrado. 2024 foi um ressoar do baque de 2023, uma continuidade de situações que me tiraram do eixo. Aliás, não: Eu saí do eixo a partir de situações que vivi ao longo dos anos, com especial destaque para estes dois últimos citados.


Pronto, melhorou.


Buscando equilíbrio, mesmo meio desequilibrado. Esse foi o lema.


Tentar, mesmo sem vontade. Persistir, apesar da dor.


Eu nunca quis acordar cedo e resolver a vida, mas tentar já se provou metade do caminho. A outra metade é consequência.


Me perdoe pela pessoa que fui até aqui, eu sinto lhe informar, mas continuarei errando, apesar de trabalhar incessantemente para mitigar todas as minhas falhas.


O fim é igual pra todos, a diferença está no começo e no meio.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Pendências e intermitências trintenárias

Os maus venceram, há muito tempo. Os mals estão em todos nós.


Os bons perderam, desde o início. Os bens não nos pertencem mais.


O que somos, o que nos tornamos e, mais importante ainda, o que escolhemos ser diariamente são apenas fatores de uma equação finita: A vida como ela é.


Divago, longe, aos 33 anos, justamente enquanto o ônibus que estou sentado às 21:30 deste fatídico 09/10/2025 atravessa um CEP que conheço muito bem e fez parte da minha vida, diariamente, dos 17 aos 25 anos.


Que loucura, a vida que vivemos. Na verdade, a vida que escolhemos viver.


Diante de tanto engajamento, de tantas coisas rasas e incompletas, me pergunto se sou a melhor versão que eu poderia ser. Ou melhor, pondero: Sou um subproduto das escolhas que fizeram por mim, ou sou uma consequência das minhas próprias decisões?


Difícil.


As cores estão pálidas e os prédios estão encolhendo. O sabor das experiências sempre vem acompanhado de dissabores e eu estou cansado de estar cansado.


Resolvi mudar.


De novo.


Para quem precisou recomeçar a vida diversas vezes antes dos 30, e uma vez após os 30, consigo me orgulhar de escolhas e decisões passadas, assim como me decepcionar com escolhas e decisões desse mesmo passado.


Eu não mudei, só estou diferente.


Meus encontros com o espelho são milhões de interações inconscientes que não fazem sentido, por isso eu as ignoro.


Pelo menos, por enquanto.


Graças a Deus pelas faculdades mentais e pelo tal do livre arbítrio, que infelizmente faz prisioneiros.


Nosso bem maior é invisível, indolor, incolor e não existe, fisicamente.


Portanto, o Amor.


Postado ao som de Rats - Motionless in White

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Mania

Tenho mania. Uma dessas, que o pessoal chama de "chata".


Tenho mania de procurar constantemente o que é melhor pra mim. Um baita absurdo.


Imagine só você, a audácia deste cidadão que vos escreve. Não consegue passar X período de tempo no mesmo lugar, fazendo a mesma coisa, porque tem o risco de enlouquecer, medicamente comprovado.


Deixando o laudo de lado (repita três vezes, o laudo de lado, o laudo de lado, o laudo de lado), eu tenho a capacidade de estar mais próximo da felicidade em um ambiente que precisa de ajuda, do que em um ambiente bom em que me torno irrelevante. Egocentrismo? Narcisismo? Pode até ser, não deixaria o laudo de lado (contém ironia).


Uma das minhas principais características, uma que você poderia responder com certa firmeza à pergunta "Quem é Rogério Olanda", ou, "O que faz Rogério Olanda ser Rogério Olanda", é que eu não sossego. Pedi ajuda para o ChatGPT, e minha mania tem dez potenciais adjetivos:

  1. Inquieto
  2. Ansioso
  3. Agitado
  4. Impaciente
  5. Energético
  6. Volúvel
  7. Tenso
  8. Preocupado
  9. Acelerado
  10. Intranquilo.


Esta lista de dez potenciais adjetivos me deixou com dez dúvidas:

  1. Será que sou apenas mais uma criança mimada?
  2. Onde está o coração daqueles que amo?
  3. Minha relevância é irrelevante?
  4. Minha irrelevância me torna relevante?
  5. Ninguém está sofrendo?
  6. Ninguém está incomodado?
  7. Ninguém tem coragem de falar nada?
  8. Só eu vou me mexer?
  9. Será que o problema sou eu?
  10. Será que, no final das contas, fui um filho amado?
  11. ..


Algumas destas perguntas parecem ser feitas apenas numa situação "apocalíptica", dessas que ninguém faz. Perguntas que parecem buscar perfeição daqueles que são indagados por ela, mas, como ficam aqueles que fazem as perguntas? 


A perfeição é uma construção constante, e não um estágio ou objetivo final 


Minha característica é que eu não sossego, e essa mania chata tirou muita gente da minha vida. À beira dos meus trinta e três anos (27/02/1992), me faltam palavras para descrever o que é a vida. Não tenho a pretensão de citar aqui Freud ou Nietzsche, mas a única conclusão que chego, hoje, é que, de fato, as nossas manias nos movem.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Sem Tempo

 Quanto mais eu vivo, menos eu quero viver. Quanto mais eu ganho de experiência, mais sinto que estou perdendo.

 

A vida é injusta, é uma sucessão de canalhices orquestradas por gente que não está nem ai pra mim ou pra você. É um mar de merda, e aprender a navegar sem se sujar, cansa.

 

Me cansou.

 

Eu não aguento mais. Eu preciso de um alivio, de um refúgio, de um resgate. Eu preciso ser resgatado. O problema é que nesse mar de bosta, não existe nenhum herói. Ninguém vai vir te buscar quando você se machucar, e ninguém vai aparecer magicamente com uma solução. Tudo depende de você. De mim. De nós.

 

Tudo.

 

Eu não quero mais ser uma criança chorona, mas ninguém me ensinou a ser um adulto forte. Meus exemplos são falhos e eu os reproduzo com primor, especialmente aqueles que eu mais quero fugir.

 

Eu quero fugir. De tudo. De todos.

 

Minha cabeça é o pior lugar para se estar, pintei minhas piores memórias na sala de estar e joguei a chave fora. As janelas estão enegrecidas com a fumaça que sai do chão, e eu me perco em mim mesmo. Tudo passa.

 

Tudo passa, e, ao mesmo tempo, tudo fica. As dores. Os cortes. As cicatrizes.

 

O medo.

 

Nem ouso pisar no meu próprio quarto. É ali que a tristeza habita em mim, deitada na cama, com olhos fundos, gigantescos, como uma aranha. Suas vestes rasgadas, sua loucura em poucos tufos de cabelo e seu murmúrio, incompreensível, me afastam ao mesmo tempo que me chamam pra perto.

 

Eu, de fato, não aguento mais.

 

Eu sei onde escondi a chave. Eu sei onde está a fechadura.

 

Só não sei onde está minha força. Essa, me foi subtraída.

 

Sumiu. Será que ela era limitada? Será que usei toda minha força em coisas que não me trouxeram nada, além de dor?

 

Me resta trabalhar. Trabalhar e confiar. Em quê e no quê, sinceramente, não sei mais dizer.

 

Só sei que eu sigo aqui.

 

Triste.

 

Desesperado.

 

Perdido.

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Boas perguntas e a teoria do sentido da vida

 O que vem depois da morte?

 

Boa pergunta. Eu tenho uma teoria.

 

Antes de tudo, éramos algo. Não sei descrever exatamente, mas éramos. Havia a consciência coletiva e um propósito, o qual desconheço. Não tínhamos nossa forma física, mas algo etéreo, existindo em um lugar que não precisa de limites físicos para existir. Lá, éramos uma grande multidão, em um só coro, enquanto consciência coletiva, em prol deste objetivo comum que não sei identificar. Tempo, neste lugar, também é insignificante: Não existem dias, horas ou minutos, apenas a existência (individual e coletiva). Em algum momento, fomos designados a uma escolha: A escolha da nossa vida.

 

Gosto de pensar que, antes do nosso nascimento, houve uma grande assembleia e nos foi dado o livre arbítrio de sermos como quisermos, porém, com todas as consequências sabidas. É como se soubéssemos exatamente todas as possibilidades daquele conjunto de escolhas sobre a pessoa, índole e caráter, e como isso funcionaria durante nosso período em vida. É aqui eu me perco em pensamentos, é neste momento em que algo no meu peito diz que encontramos todas as pessoas de nossas vidas e como vamos nos relacionar com elas, também embasados nas escolhas individuais: Pais, irmãos, cônjuges, enfim, todos os relacionamentos de nossas vidas, e tudo está conectado. Por causa da nossa escolha em ser A, B e C, teremos X, Y e Z como parentes, pois as escolhas destas pessoas também as colocaram nessas posições, e vice-versa, assim como pessoas que vamos encontrar ao longo de nossas vidas, e todos estes encontros possuem um motivo para acontecer.

 

E é assim que nascemos. Com um propósito, mas sem clareza. Um ser relacional, que precisa de outro para nascer, sobreviver e poder fazer as suas escolhas, em vida. Dentro de tudo que já foi sabido anteriormente.

 

Eu tenho plena convicção de que todos coexistimos e que tudo que fazemos, importa. Quando falamos algo, quando fazemos algo que foge de nossa mente, estamos interferindo na ordem das coisas, portanto, o “efeito borboleta” se faz real.

 

“Mas tem gente que escolhe ser ruim?”

 

Sim. O tempo todo.

 

“Se fosse assim, todo mundo ia querer ser milionário e belo”

 

Concordo. Mas essa afirmação vem da nossa consciência atual, não da nossa consciência coletiva, que determinou tudo que somos, podemos ser e como seremos à partir de cada decisão.

 

“Então quando a gente morrer, o que acontece?”

 

Boa pergunta. Eu tenho uma teoria.